O Partido Social Democrático (PSD), fundado pelo prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, reuniu nesta sexta-feira, em debate sobre privatizações, lideranças das duas forças que polarizam a política do País: os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Delcídio do Amaral (PT-MS). Em clima de cordialidade e com uma frase do Dalai Lama como lema do evento - "a convivência nasce do diálogo, que celebra nossas divergências" -, o encontro chamado de Espaço Democrático serviu, nos bastidores, como termômetro para as eleições municipais deste ano na cidade.
Presidindo os trabalhos, o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) saudou a chegada do "mentor e líder" do partido, que alegou ter que "cuidar da lojinha", em alusão à prefeitura, para fazer "uma rápida saudação" e sair do auditório. "Peço aos integrantes da imprensa presentes que não me sigam porque não poderei atendê-los", disse o prefeito, que minutos depois concedeu entrevista coletiva.
Após o debate, Afif afirmou que Kassab "não teria condições" de negar apoio ao ex-governador José Serra (PSDB) em sua candidatura a prefeito e negou que pudesse se candidatar a vice em uma chapa unindo tucanos e kassabistas. "Sou vice-governador do Estado, não posso me candidatar", justificou. O senador Aloysio Nunes declarou que tem preferência pela candidatura de Serra em detrimento dos outros postulantes do PSDB e disse que o ex-governador entrou "de cabeça" na campanha.
"Fui secretário dele, tenho total entusiasmo pela candidatura", disse. Esquecendo o clima de cordialidade do debate com o petista Delcídio do Amaral, ele alfinetou os adversários. Questionado se a escolha do ex-ministro Fernando Haddad para ser o candidato petista à prefeitura foi uma precipitação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Nunes afirmou que a decisão mostrou descaso com a democracia. "Foi um gesto autoritário", disse.
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